O bebê que falava javanês
Como professora de Inglês vira e mexe sou questionada sobre
melhores cursos, métodos mais eficientes, se começar mais cedo faz diferença.
Vejo crianças matriculadas em cursos de Inglês desde muito pequenas.
Diversas pesquisas apontam que a média do nível linguístico
dos brasileiros é um dos piores do mundo. Logo, a preocupação em se adquirir
uma língua estrangeira desde criança acaba se justificando.
Antes de continuar, quero deixar bem claro que não desmereço
cursos bons (mesmo de colégios regulares) que nossa cidade oferece. Há
profissionais fazendo um excelente trabalho, há escolas sérias e, além disso, há
um suporte virtual fantástico não só ao dispor dos professores como também, dos
alunos.
Então, como eu, séria, como me considero, não matriculei
meus próprios filhos ainda? Desde que meus filhos entraram em idade escolar,
decidi lecionar no colégio em que estudariam e sim, dou aula para eles. Será que julgo o curso que preparei tão
excelente a ponto de não acreditar ser necessário buscar um curso livre para
minhas crianças? Sim. J
Eu realmente ofereço um bom programa. Mas não é esse o motivo.
Acredito que a parte física deva ser priorizada, então, entre
futebol e Inglês, futebol. Psicomotricidade deve ser o foco. Basta pesquisar
para ver que o estímulo ao esquema corporal,
lateralidade, organização espacial e estruturação temporal são imprescindíveis
para o futuro da criança e se mal estimulados influenciam algo básico como
vestir-se!!!
Claro que aprender Inglês desde cedo “abre as portas da mente”, mas ler uma estória também e estimulando que meus filhos prevejam o que acontecerá, criem hipóteses e mesmo um final alternativo é infinitamente mais interessante sob o ponto de vista educacional.
Claro que aprender Inglês desde cedo “abre as portas da mente”, mas ler uma estória também e estimulando que meus filhos prevejam o que acontecerá, criem hipóteses e mesmo um final alternativo é infinitamente mais interessante sob o ponto de vista educacional.
Não há nenhum estudo que aponte iniciar mais cedo como mais
eficaz. Há, ao contrário, quem mostre o quão negativo isso pode ser. Uma pessoa
que comece na adolescência tem capacidade de superar quem iniciou aos dois.
Então, qual é a melhor idade?
Costumo aconselhar os pais que me questionam a preferir
atividades físicas. Quando percebo que não acreditam em mim, tento jogar para a
criança: ela quer? Ela pediu?
Quanto a mim, pretendo colocar meus filhos a partir dos
treze anos. Estarão já no Fundamental 2 e já acostumados com essa rotina de
estudos. Claro que um dia terão que estudar a fundo.
Eles devem ter um
certificado internacional. No entanto, como eu disse no post Curriculum Vitae
infantil, não há necessidade e nem é rico entupir as crianças de atividades. E
essa questão de estimular a psicomotricidade é realmente imperativa.
O que eu faço é estimular a gostarem da Língua Inglesa seja
em classe quando dou aulas seja em casa. Quando eu estou assistindo é só em
Inglês. Quando elas assistem a um desenho pela milésima vez temos o acordo que
deve ser em Inglês (ao menos um pouco). Juntas escutamos músicas, dançamos,
cantamos.
Se funciona?
Bem, recentemente as peguei assistindo a episódios de Barbie
em Inglês. Fiquei surpresa.
- Filha, está
assistindo em Inglês?
- (cara de espanto)
Nossa mãe, nem percebi.
Outra.
Tenho alunos que estão comigo há 3 anos. Não fazem curso
fora e têm apresentado resultados e progressos superiores aos que fazem curso
livre. Todos ou assistem a filmes e desenhos ou jogam vídeo game ou escutam
músicas em Inglês.
E mais outra incrível.
- Nossa, seu filho tem
muita habilidade em classe. Ele já estudou Inglês fora?
- Ah, é a babá.
- A babá fala Inglês?
- Não. É que ela não sabia
colocar os DVDs dele em Português. Então deixava em Inglês mesmo.
!
É o que eu sempre digo. E os preguiçosos não se contentam. A idade certa é quando estiver disposto.
Quer adquirir uma língua de verdade?
Mergulhe nela. Beba de diversas fontes.
Eu mesma, já estava no nível avançado, já dava aulas e
percebia que podia ir além. Após tirar o certificado de proficiência não me
contive com ele. Quis mais. E consegui a partir do momento que comecei a fazer
o que costumo fazer: ler, escutar, assistir tudo em Inglês.
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