Julio Le Parc :: o iluminador de sensações
Para o artista plástico argentino Julio Le Parc, luz é um elemento transitório
que faz com que tenhamos experiências plásticas lúdicas.
Como assim?
Julio através de suas obras luminosas-cinéticas propõe que o
observador, que vá ver uma exposição com as suas obras, interaja e tenha
sensações variadas ao visitar e, por vezes interagir com os seus objetos
luminotécnicos.
O que são obras luminosas-cinéticas?
Bom, são dois itens distintos que foram adicionados por
alguns artistas, entre eles um dos mais importantes o próprio Le Parc.
As obras luminosas são aquelas que emanam luz artificial
como elemento de composição.
Basicamente, as obras cinéticas são obras que possuem
movimento, que pode ocorrer em três instâncias: as que se movimentam por
fenômenos da natureza (vento, água,...), as que se movimentam por força
mecânica (humana ou animal) e aquelas que se movimentam através de um aparato
autônomo (um motor de qualquer origem).
Julio Le Parc trabalha com ambos elementos em suas obras.
Como ele faz?
Através de motores simples, ele permite que novas relações
se estabeleçam entre a obra de arte e o observador, sendo estas mutáveis e não
repetitivas. Esses objetos são compostos de um elemento que permite que a luz
saia por frestas que são acionadas por um motor que poderia ser o mesmo
existente no seu liquidificador ou no ventilador da sua casa e, a partir daí,
maravilhas estéticas à base de lâmpadas projetadas sobre elementos reflexivos
ou translúcidos criam imagens que se transformam. Proporcionando vivências
sensoriais únicas para cada indivíduo.
Qual a proposta de Julio Le Parc?
Desde quando ingressou na Escuela de Bellas Artes de Buenos
Aires, Le Parc e seus companheiros se manifestaram contra aos princípios
regidos pela arte ensinada de forma tão tradicional na instituição e propagavam
a ideia que a arte deveria ser uma experiência de troca entre o artista e o
observador e não uma definição limitada através dos estudiosos da arte.
Desde quando mudou para Paris, em 1960, e se uniu ao GRAV
(Group de Recherche d’Art Visuel – Grupo de Pesquisa da Arte Visual) rompe
tradicionalmente com a obra de arte estática por uma obra que muda
constantemente, afim de que não houvesse parâmetros fixos para que os críticos
e teóricos de arte pudessem estabelecer julgamentos fechados daquilo que estão
olhando.
O que importa é o todo, a sensação, a relação entre obra que não finaliza e
continua sem parar.
Além do mais, Le Parc sempre criticou, e ainda o faz, o
mainstream artístico - processo de seleção, escolha, divulgação e
comercialização da arte. Segundo o próprio artista, “ou se trabalha para uma
elite ou se tenta fazer algo que possa estabelecer uma relação com as pessoas
em geral”.
A Daros Latinamerica possui uma coleção de 40 obras
“luminosas” de Julio Le Parc e montou uma exposição que mostra o encantamento
dessas obras para o público em geral. A mostra denominada “Le Parc – Lumière”
apresenta de forma expositiva muito cuidadosa e excitante as obras de Le Parc.
Pelas palavras bem escritas do curador, Hans-Michael Herzog: “... Le Parc é
também um mago único, com poderes irresistíveis. Com alegria e leveza, ele nos
transporta para um universo caleidoscópico de luz que tremula, brilha, dança,
salta e ondula, um reino de irresistível elegância e beleza, que exerce
fascínio hipnótico. No jardim de luz encantado de Le Parc, tornamo-nos crianças
de novo, absortos em nossos
jogos, esquecidos do resto do mundo.”
Por isso, corram imediatamente para a cidade do Rio de
Janeiro, percam um dia de praia que não irão se arrepender, pois infelizmente a
exposição não terá endereço em outra cidade.
Exposição: Julio Le Parc – Lumière
De 12.10.2013 a 23.02.2014
Casa Daros
Rua General Severiano 159,
Botafogo - Rio de Janeiro -
RJ
(21) 2138-0850
Horários: quarta-feira a sábado
das 11h às 19h
e domingos
e feriados
das 11h às 18h
Entrada: R$ 12 e R$ 6 e de quarta-feira, entrada gratuita
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