Blindness :: fanzineiro dentro do filme
Minha experiência trabalhando em cinema começou logo de cara com um longa metragem, co-produção Brasil, Japão e Canadá, dirigido por ninguém menos que Fernando Meirelles! Comecei no Ensaio sobre a Cegueira! E não existe milagre que essa gente não consiga realizar! Lembro da Praça Ramos de Azevedo coberta de lixo, do Viaduto do Chá cheio de carros abandonados, cartazes com fotos de gente desaparecida cobrindo os postes e paredes nas ruas, tudo cenográfico! E comecei a entender que eu, que já me dizia nessa época um apaixonado por cinema, não tinha a mais vaga idéia do que era fazer um filme!
Eu era
personal assistant (PA) do elenco principal, ou seja, babá de Julianne Moore,
Danny Glover, Mark Rufallo, Alice Braga, Yusuke Iseya e Yoshino Kimura. Minhas
atribuições eram, entre outras coisas de grande importância, instalar o Skype
no computador no Danny Glover, impedir os fãs mais exaltados de agarrarem os
atores, cuidar de detalhes pessoais como as refeições, lavanderia, alem de
traduzir tudo que eles precisassem. Sim, babá mesmo.
O que mais me chamou a atenção ao estar num set de cinema pela primeira vez, foi a sensação de entrar em um ambiente sagrado. O respeito de todas as pessoas pelo o que estava sendo feito ali, a quantidade de gente envolvida no processo, cada um fazendo o seu, até que, na hora H, tudo estava pronto para que a magia acontecesse na frente da câmera.
A partir dali, comecei a entender o que era fazer cinema, e o que, dentro daquele mundo, mais tinha a ver comigo. Comecei a assistir filmes com outros olhos, a entender o papel da câmera e da pós produção em uma cena, olhar além do trabalho do ator e perceber também o trabalho do fotografo, do diretor de arte, e principalmente do diretor, que para mim é o cara que determina o clima do set, e o maior responsável pelo resultado do trabalho dessa gente toda! A partir desse momento, virei fã incondicional do trabalho do Fernando Meirelles!
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